quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A grande parede branca.


Sentada em sua cama com as pernas cruzadas em frente ao espelho. Seus olhos tão fixos na imensidão branca assustam qualquer um que tente encarar de volta. Seus traços faciais são indecifráveis, ninguém sabe o que ela quer, o que ela pensa, ninguém sabe o que acontece em sua confusão cerebral. Ninguém sabe seus sentimentos. Mas quem se importa? Ela é apenas mais uma em um milhão. Ela grita mais ninguém escuta, ou finge não escutar, ela quer atenção mas ninguém e atencioso o suficiente para notar que ela sofre calada, e simplesmente finge ser feliz, ninguém conhece ela de verdade. Suas palavras são ruídos, em meio a tanto barulho. Seus gritos são silenciosos. Ela não quer incomodar, como se tal fosse possível. Todos passam pela pequena garota, desprotegida, pela estupidez alheia. Sozinha num quarto, no mundo, ela se acostumou-se a isso, fechou-se em seu mundo. Mais não importa, ninguém nunca importou mesmo. Quem deveria protegê-la a desprezou com um lixo orgânico, e agora ela é apenas uma alma perdida, sem vida. que só sonha, não fala, ou sequer chama por ajuda, seus gritos foram calados pela solidão que a venceu. Sua única companhia a grande parede branca, permanece a guardá-la em sua escuridão eterna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário